Diz-me devagar coisa nenhuma, assim como a só presença com que me perdoas esta fidelidade ao meu destino. Quanto assim não digas é por mim que o dizes. E os destinos vivem-se como outra vida. Ou como solidão. E quem lá entra? E quem pode lá estar mais do que o momento de estar só consigo? Diz-me assim devagar coisa nenhuma: o que à morte se diria, se ela ouvisse, ou se diria aos mortos, se voltassem. Jorge de Sena