As histórias breves (ou mesmo brevíssimas, como algumas das escritas com talento e concisão pelo Luís Ene) são um desafio à capacidade de síntese e ao domínio certeiro da palavra. Acresce o traço surreal de umas, o desencanto de outras, até mesmo um tom, uma evocação de cepticismo sardónico "carveriano". Certo é que a leitura compensa, e em livro é sempre diferente. "Ele sentia-se tão feliz que desejou morrer, até pensou em suicídio, mas no final optou por matá-la. Na verdade, pouca diferença fazia, pois só a morte preserva o amor, bastando que um dos amantes fique vivo para durar para sempre." Luís Ene, in mil e uma pequenas histórias, vol. I, ed. pauloquerido.com, colecção leiturascom.net