Há dias assim, em que as palavras não chegam para tocar a vida. Não porque se tenha algo de extraordinário a (d)escrever, ou precisamente porque a magia se tornou um traço comum - o sublime faz parte da massa dos dias, é uma espécie de linho cru onde se bordam as horas, cruzando o fio das ocupações banais com os momentos, repetidos e sempre únicos, em que os olhares se encontram, a respiração se confunde e os limites aparentes dos corpos se diluem na alquimia da paixão tornada fuga dentro do tempo. Há dias assim, em que as palavras não chegam.