Uma escolha árdua, difícil, a que ele teve a coragem amorosa de fazer - ler todos os textos dela, escritos antes se conhecerem, e decidir que entradas daquele diário dirigido a uma miragem seriam o texto de um livro - Pagar para ver, dirá o título. Textos insubmissos, desapontados, revoltos, inspirados por alguém que não queria existir verdadeiramente, a não ser na dimensão fortuita do sexo, na linguagem da inteligência desprovida de emoção, sem afecto possível. E ele leu esses milhares de palavras escritos pela tal AmAtA que escolhera o nome por ironia, mal sabendo então que se tratava somente de uma bela e estranha profecia, resgatando-a do negro até ao rubro do amor.