Cada voz tem o seu contraponto num ruído natural. Cada silêncio, no silente espaço que rodeia, por vezes, cada coisa. À beira do berço as bocas percutem sobre a criança. Depois, no sono, abrem-se como qualquer flor. Sobre os cílios da adolescente tecem frases. * À beira do berço as bocas percutem sobre a criança. Depois no sono adensam-se como qualquer árvore. Sobre os cílios da adolescente tecem frases. Cada silêncio corporiza-se no espaço. As coisas têm eixos e rodam com ruídos diferentes do seu nome. E o Sol tramonta entre vestígios, além dos montes e vales e o mar. * E o Sol tramonta sobre as nossas casas e os montes e vales e o nosso mar. Quando um verso marca o lugar das coisas elas aí ficam para sempre. O Sol que perpassa em cumes e em cristas nasce nas arestas serranas do nascente e vai até ao mar em sete versos. Fiama Hasse Pais Brandão