(ou da desgostosa negligência) A mediocridade pode ser uma forma patológica de preguiça, moral e mental, que nos impede de ver mais longe, de sermos capazes de assegurar a dignidade em cada momento, a integridade a todos os passos, a verdade a qualquer gesto. A desistência, o adiamento, mesmo que pretensamente justificado, do acto de encontro consigo mesmo, com aquilo em que se acredita radicar a felicidade, só leva a um cansaço desesperado, a uma rotina de rupturas e regressos vãos, eterno retorno até ao dealer que só existe porque o aceitamos e mantemos endeusado. A coragem de romper com ciclos de descontentamento profundo, temperado embora de gloria mundi, não se consegue sem esforço. Depois (e só depois) se consegue crescer. Vencer a acédia.