Deixando o eterno bem, na fúria brava Do mar, que venerei, punha o descanso, Abatido ao temor, em vão remanso Tentando meus perigos abraçava. Enjeitado o prazer, que não buscava Busquei no amor os bens, que não alcanço, E assim rendido da fortuna ao lanço Sacrílegos altares adorava. Fugi de mim, buscando a Glaura, cujo Estandarte segui. Mas do perigo Já livre, o bem que a vida me restaura. Venero, abraço, busco, adoro, e sigo, E deixo, abato, enjeito, rendo, e fujo O mar, o medo, o amor, fortuna, e Glaura. Fernão Álvares do Oriente