O tempo presente e o tempo passado Estão ambos talvez presentes no tempo futuro, E o tempo futuro contido no tempo passado. Se todo o tempo é eternamente presente Todo o tempo é irredimível. O que podia ter sido é uma abstracção Permanecendo possibilidade perpétua Apenas num mundo de especulação. O que podia ter sido e o que foi Tendem para um só fim, que é sempre presente. Ecoam passos na memória Ao longo do corredor que não seguimos Em direcção à porta que nunca abrimos Para o roseiral. As minhas palavres ecoam Assim, no teu espirito. Mas para quê Perturbar a poeira numa taça de folhas de rosa Não sei. (...) T. S. Eliot, in Burnt Norton, trad. Maria Amélia Neto.