«A mentira era uma cedência desesperada à sua angústia. Ainda a estava a dizer e já se sentia espantado consigo mesmo. Queria ficar, queria que ela ficasse, e ali estava ele a insistir em partir. Era o comportamento de um estranho e nada podia fazer, não conseguia seguir o rumo dos seus próprios interesses. A autocomiseração havia obliterado o seu bom senso habitual e meticuloso; encontrava-se num túnel cuja única saída era o fascinante aniquilamento de si mesmo.(...)Quando uma pessoa está com pena de si, torna as coisas piores.» Ian McEwan, in O inocente, ed. Gradiva.