Se fosse água, seria um rio largo, ora manso, ora caudaloso e turbulento, dificilmente navegável, as quedas de água surpreendentes e tempestuosas alternando com largos quilómetros de brandura a imitar o lago que a sua natureza lhe negava. Se fosse ar, seria vento, brando e refrescante agora, ciclónico e doloroso a imprevisíveis espaços, quase agreste não fôra a quebra súbita, a fragilidade avassaladora, mais forte do que as rajadas à solta. Se fosse terra, seria arável e morna em largas extensões, e de repente mortal como tempestade de areia num deserto sem fim à vista. Se fosse fogo, acabaria por consumir-se, sem contraponto para um desatino tão elementar.