A mulher disse: "Se calhar as palavras não são tão importantes como lhe parece, nem a falta delas é assim tão letal. Tenho na vida alguém que não gasta muitas palavras, mas os seus actos são inequívocos, e isso basta-me." Mas a verdade é que, de certa forma indistinta, foram afinal as palavras daquela mulher distante que ajudaram a fazer luz no céu carregado pela tempestade de verão, súbita e passageira, tão assustadora quanto inconsequente. Quem já preteriu um quase reino por falta de uma única palavra nunca poderá deixar de ver no verbo o sal da vida.