(gentileza de Paula Viegas) Construindo a Armadura Nego submeter-me ao medo Que tira a alegria da minha liberdade Que não me deixa arriscar, Que me torna pequeno e mesquinho, Que me amarra, Que não me deixa ser directo e franco, Que me persegue, Que ocupa negativamente a minha imaginação, Que pinta sempre visões sombrias. No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo. Quero viver, não quero encarcerar-me. Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero. Quero pisar firme porque estou seguro, não para encobrir o meu medo. E quando me calo, quero fazê-lo por amor, não por temer as consequências das minhas palavras. Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar. Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto. Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável. Não quero impor algo aos outros pelo medo de que me possam impor algo; por medo de errar, não quero tornar-me inactivo. Não quero fugir de volta para o velho, para o inaceitável, por medo de não me sentir seguro novamente. Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de ser, caso contrário, ignorado. Por convicção e amor quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer. Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor. E quero crer no reino que existe em mim. Rudolf Steiner