Na febre do amor-próprio estou ardendo, No frio da tibieza tiritando, No fastio ao bem desfalecendo, Na sezão do meu mal delirando, Na fraqueza do ser, vou falecendo, Na inchação da soberba arrebentado, Já morro, já feneço, já termino, Vão-me chamar o Médico Divino. Na dureza do peito atormentada, Na sede dos alívios consumida, No sono da preguiça amadornada, No desmaio à razão amortecida, Nos temores da morte trespassada, No soluço do pranto esmorecida, Já morro, já feneço, já termino, Vão-me chamar o Médico Divino. Na dor de ver-me assim, vou desfazendo, Nos sintomas do mal descoroçoando, Na sezão de meu dano estou tremendo No ris como da doença imaginando, No fervor de querer-me enardecendo, Na tristeza de ver-me sufocando, Já morro, já feneço, já termino, Vão-me chamar o Médico Divino. Vou ao pasmo do mal emudecendo, À sombra da vontade vou cegando, Aos gritos do delito emouquecendo, No tempo sobre tempo caducando, Nos erros do caminho entorpecendo, Na maligna da culpa agonizando, Já morro, já feneço, já termino, Vão-me chamar o Médico Divino. Soror Maria do Céu