Tu e o Mundo caleidoscópio onde perscruto enquanto posso o que é fecundo por trás do óbvio Atrai-me o fluido mais do que o sólido Só me seduzem na praia as rochas na terra os muros se acaso escorrem de mar ou chuva Que vale o bosque sem o sussurro das altas copas De vulto a vulto o que me empolga é ver o fluxo sentir as trocas ou os conluios do que se evola E sobretudo na luz nos olhos de quem se busca Assim tu própria perante o Mundo caleidoscópio em que mergulho Oh turva glória Trago do fundo pedras informes cristais avulsos Só te constroem quando os destruo Então de sólida tornas-te fluida Tal como a 'stória do próprio Mundo Divagas Vogas em mar em chuva líquido bosque sob o sussurro das altas copas toda lacustre enfim tão próxima do que procuro e me renova David Mourão Ferreira