Infinito
(gentileza de Amélia Pais)
L'infinito
Sempre caro mi fu quest'ermo colle,
E questa siepe,che da tanta parte
Dell'ultimo orizzone il guardo esclude.
Ma sedendo e mirando ,interminati
Spazi di là da quella ,e sovrumani
Silenzi,e profondissima quiete
Io nel pensier mi fingo;ove per poco
Il cor non si spaura.E come il vento
Odo stormir tra queste piante,io quello
Infinito silenzio a questa voce
Vo comparando :e mi sovvien l'eterno,
E la morte stagioni,e la presente
E viva,e il suon di lei.Cosi tra questa
Immensità s'annega il pensier mio.
E il naufragar m'è dolce in questo mare.
Giacomo Leopardi
O Infinito
Sempre caro me foi este ermo outeiro,
e esta espessura, que por tanta parte
do mais longe horizonte o ver me impede.
Mas sentado e olhando, intermináveis
espaços além dela, sobre-humanos
silêncios, e fundíssima quietude
na mente eu imagino; até que quase
o coração se assusta. E quando o vento
ouço bulir entre as ramagens, esse
infinito silêncio a esta voz
vou comparando: e considero o eterno,
mais as mortas idades, e a presente
e viva, e sua voz. Assim entre esta
imensidade o meu pensar soçobra:
e o naufrágio me é doce neste mar.
trad.Pedro Silveira
Publicado em 22 de Outubro de 2005