Ó tu, bem-amada dos meus vinte e sete sentidos, amo-te! Tu teu tu a ti eu a ti tu a mim - Nós? Isto diga-se de passagem) não é daqui. Quem és tu, inumerável fêmea? Tu és - és tu? - Há quem diga que deves ser - deixa-os dizer, os que não sabem como o campanário está de pé. Trazes um chapéu nos teus pés e andas com as mãos, com as mãos é que tu andas. Olá roupas vermelhas e tuas,justas em pregas brancas. Vermelha te amo, Ana Flor, vermelha a ti amo - tu teu tu a ti eu a ti tu a mim - Nós? Isto (diga-se de passagem) pertence ao fogo frio. (...) Kurt Schwitters, trad. Jorge de Sena, in poesia do século XX, ed. ASA.