Sempre um de nós foge. Sombria água trépida e contínua água em céu diverso como diversa eu sou chão sem flor. Vã palavra, múltipla palavra, longínqua semente entre o arco e a corda. Nada sara em meu cego corpo eu que imagem sou, não alegoria. Tremor antigo, árvore sem fruto, nada resiste nesta cidade sem casa - só a garça chega em seu liso voo porque o tempo nunca é longo. Ana Marques Gastão