Amor, se uma mudança imaginada É com tanto rigor minha homicida, Que fará, se passar de ser temida, A ser, como temida, averiguada? Se só por ser de mim tão receada, Com dura execução me tira a vida, Que fará, se chegar a ser sabida? Que fará, se passar de suspeitada? Porém, já que me mata, sendo incerta, Somente o imaginá-la e presumi-la, Claro está, pois da vida o fio corta. Que me fará depois, quando for certa, Ou tornar a viver para senti-la, Ou senti-la também depois de morta. Soror Violante do Céu