Há um dia em que indeléveis nos levantamos com um copo de água vazio da noite. Caminhamos até a uma torneira amiga e enchemos novamente o copo. Enquanto se verte a água que sobeja pensamos no jogo do pião, nas trocas nas maternidades e na vontade que temos em nascer todos os dias. É a primeira água da manhã que nos engravida os sentidos. Depois, apenas a mercearia persiste e é assaltada muitas vezes por ano, tal como a nossa juventude. Nuno Travanca