Viagem
Viajaremos incógnitos por um tempo
de astros desavindos e suspiros
e musas tenebrosas e vorazes
e, todavia, sempre compassivas.
Por um tempo sem par nos trocaremos,
por nada nos trocamos,
pois um riso mortal virá dizer-nos
que de onde nós partimos nos achamos.
Será nosso esse riso
ou do mapa entre os pés?
Bocas de estátuas rindo,
salvai as nossas almas.
António Rebordão Navarro
Publicado em 9 de Novembro de 2005