Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente... Eles foram vistos caminhando de noite para o amor – oh, a mulher amada é como a fonte! A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito? Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente? Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados... Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias Pousada no fundo estará a estrela, e mais além. Vinicius de Moraes