Dias há para perceber o fundo do poço
Dias há para perceber o fundo do poço,
a sede dos dias que se afundam,
não se percebem.
E o fundo do poço percebe-se
que seja sede de dias.
De alturas antigas
que viajam em vertigem.
Viajam nos nossos filhos,
e na luz que nos protege
da sede.
A luz que descobre o fundo
dos poços.
A vertigem da descoberta
abre-nos a boca timidamente
e mata-nos a sede
dia-a-dia,
como se de um suave amor
incondicional
se tratasse.
Nuno Travanca
Publicado em 2 de Dezembro de 2005