De palavras não sei. Apenas tento desvendar o seu lento movimento quando passam ao longo do que invento como pre-feitos blocos de cimento. De palavras não sei. Apenas quero retomar-lhes o peso a consistência e com elas erguer a fogo e ferro um palácio de força e resistência. De palavras não sei. Por isso canto em cada uma apenas outro tanto do que sinto por dentro quando as digo. Palavra que me lavra. Alfaia escrava. De mim próprio matéria bruta e brava --- expressão da multidão que está comigo. José Carlos Ary dos Santos