Neste caminho cortado Entre pureza e pecado Que chamo vida, Nesta vertigem de altura Que me absorve e depura De tanta queda caída, É que Tu nasces ainda Como nasceste Do ventre da Tua mãe. Bendita a Tua candura. Bendita a minha também. Mas se me perco e Te perco, Quando me afogo no esterco Do meu destino cumprido, À hora em que Te rejeito E sangra e dói no Teu peito A chaga de eu ter esquecido, É que Tu jazes por mim Como jazeste No colo da Tua mãe. Bendita a Tua amargura Bendita a minha também. Reinaldo Ferreira