Na noite que me desconhece O luar vago, transparece Da lua ainda por haver. Sonho. Não sei o que me esquece, Nem sei o que prefiro ser. Hora intermédia entre o que passa, Que névoa incógnita esvoaça Entre o que sinto e o que sou? A brisa alheiamento abraça. Durmo. Não sei quem é que estou. Dói-me tudo por não ser nada. Da grande noite. embainhada Ninguém tira a conclusão. Coração, queres? Tudo enfada. Antes só sintas, coração. Fernando Pessoa