Que é do anjo das asas rutilantes Com que lutou Jacob, na madrugada? Que é desse outro, de falas sussurrantes, Que surgiu a Maria, a fecundada, Tão casta e sem pecado como dantes? Que é da estrela, pela mão de Deus lançada A guiar os incertos caminhantes Ao colmo da cabana consagrada? Onde estão os sinais que Deus envia? Onde estão, que os procuro noite e dia Sem nunca ver cumprido o meu desejo? Não os vejo e não sei se eu, que os procuro, Os não encontro porque sou impuro, Ou sou impuro porque os não vejo. Reinaldo Ferreira