Há noites que são feitas dos meus braços E um silêncio comum às violetas. E há sete luas que são sete traços De sete noites que nunca forarn feitas. Há noites que levarnos à cintura Como um cinto de grandes borboletas. E um risco a sangue na nossa carne escura Duma espada à bainha dum cometa. Há noites que nos deixam para trás Enrolados no nosso desencanto E cisnes brancos que só são iguais A mais longínqua onda do seu canto. Há noites que nos levam para onde O fantasma de nos fica mais perto; E é sempre a nossa voz que nos responde E só o nosso nome estava certo. Há noites que são lírios e são feras E a nossa exactidão de rosa vil Reconcilia no frio das esferas Os astros que se olham de perfil. Natália Correia