Três anos, toda a diferença, na vida e no modus, espelho esbatido de um percurso interior. A vida pessoal é outra bem diversa da que assistiu ao início desta escrita (melhor seria dizer que é "diversa para bem", superados a desertificação e o desgaste espúrio da desrazão de uma década) os afazeres são agora outros, inovadores e mais gratificantes, muitas interacções mudaram. A vida, em vez de descrita, perpassa através dos enfeites da poesia e da imagem, de palavras citadas de discursos alheios com ressonâncias próprias. Este espaço é a clareira onde se faz a partilha de eventuais afinidades electivas, e não é pouco. Bem perto, anteontem: Da ordem aparente Tecia horas a benefício de uma ordem aparente que pudesse mascarar a subversão que é a colagem dos corpos, a respiração, o apego das almas. Em tempos antigos, devia ter sonhado que havia um amor assim, mas esqueceu esse sonho durante muitas luas para poder sobreviver, loba à solta em florestas nevadas. Depois chegou o mar, trazido na corrente daquele rio verde onde se encontrou com a vida, levada para uma dimensão sublime - naquelas mãos que, segurando palavras, lhe mostraram o infinito. Publicado por Ana Roque às 01:59 PM, janeiro 24, 2005