A rapariga riu
Um pouco de chuva, princípio da noite,
e nos cafés o ruído da palavra, na rua,
entre o espaço vazio e colorido das árvores,
talvez o silêncio se assemelhe já à morte.
Para toda a parte circulam os automóveis,
motores trabalham para o encontro. Talvez
entre estar e ir a respiração se altere, o sobressalto
é secreto. Em toda a parte a solidão dos quartos,
dos corredores, mas uma vez a rapariga sorriu, tomou
cor a sua face. Ó meu amor. Agitam-se as folhas
das árvores quando um vento mais forte sopra,
e o meu espírito, inquieto, estremece de novo.
João Camilo
Publicado em 8 de Junho de 2006