No primeiro dia que saí contigo disseste que era estranho o teu trabalho. Nada mais. Contudo eu bem sentia que a minha pele se rasgava feita trapos sempre que as tuas mãos por mim roçavam, e que os teus olhos eram como aços que faziam ficar os meus doendo. Daí para a frente sempre foi o mesmo: orgulhavas-te com a tua arte, mais subtil e directo cada dia, e eu não compreendia nunca nada. Agora sei. Conheço o teu ofício: Atirador de facas. Atiraste contra o meu coração a mais certeira. Amalia Bautista