nada os meus olhos deixarão na cinza das vastas folhas envidraçadas: nem o astrológico número das horas autorizadas pela autoridade e sua penumbra. a "penumbra da autoridade" vem vestida de muitos horizontes com, aqui ou além, um barco de velas estilhaçadas, ou a capa de um livro de viagens na vitrina. então o amor mistura-se com as coisas breves, os pássaros, o rumor dos alicates na gaveta branca. foi esta a sua história? esta canção pertence-lhe? a "greve" alourou-lhe as sobrancelhas? estes olhos têm plástico ao contrário. e o ruído das torneiras no balde, mesmo à beira do precipício, é um inconveniente que convém manter sob vigilância. António Franco Alexandre