Suposição
Eu não sei ao certo, mas suponho
que uma mulher e um homem
um dia se amam,
vão ficando sozinhos pouco a pouco,
algo em seu coração lhes diz que estão sós,
sós sob a terra se penetram,
vão-se matando um ao outro.
Tudo se faz em silêncio. Como
a luz se faz dentro dos olhos.
O amor une corpos.
Em silêncio vão-se enchendo um ao outro.
Qualquer dia acordam sobre braços;
pensam então em tudo.
Vêem-se nus e sabem tudo.
(Eu não sei ao certo. Suponho-o).
Jaime Sabines, trad. José Bento.
Publicado em 31 de Julho de 2006