Deste meu nome a uma árvore? Não é pouca coisa; embora não me resigne a ficar apenas sombra, ou tronco, abandonado num subúrbio. Eu o teu dei a um rio, a um longo incêndio, à minha sorte cruel, à confiança sobre-humana com que falaste ao sapo que saiu do esgoto, sem horror ou pena ou exaltação, ao alento daquele poderoso e suave lábio teu que consegue, nomeando, criar: sapo flores relva rocha - carvalho pronto a desfraldar-se sobre nós quando a chuva dispersa o pólen das carnosas pétalas de trevo e a chama se levanta. Eugenio Montale