Labirinto
(gentileza de Amélia Pais)
Aqui semeei poentes rubros
E recolhiestrelas e ergui da poeira luas velhas
Ressequidas
Aqui estendi arco-íris depois das chuvas
No espaço
Aqui inventei noites profundas desmedidas
E as povoei de sonhos e de sombras
E cansaços.
E um dia adormeci olhando os astros
Repetir no tempo o confuso labirinto
Dos meus próprios passos.
José Eduardo Águalusa
Publicado em 17 de Setembro de 2006