A mágoa é um vício, a ele volto pelas madeiras desta casa, as memórias são mais que os sinais pendurados ao longo das paredes, não descrevo o que vejo. O que sinto quase está no silêncio, deixa de ser tempo o tempo da noite, nos papéis há desenhos que o matam, pontos ganhos, contas de somar, fáceis artimanhas evitando as palavras. Nada difere de como ponho a mão na testa, de como se afasta o sol para trás dos castanheiros. Tento dizer que sou como vós, leves amantes de suaves lazeres, contradigo, desminto, nada acontece. Para o dia de hoje um pequeno esboço de tristeza, derrota de cumprir, tarefa de vencer, antes da noite os ombros, as rugas, terão significado preciso. Só o recomeço será tempo de sorrisos. Helder Moura Pereira