(gentileza de Amélia Pais) Em que escuro recanto do tempo que morreu vivem ainda, a arder, aqueles coxas? Dão luz ainda a estes olhos tão velhos e enganados, que voltam agora a ser o milagre que foram: desejo de uma carne, e a alegria do que não se nega. A vida é o naufrágio de uma obstinada imagem que já nunca saberemos se existiu, pois só pertence a um lugar extinto. Francisco Brines, tradução de José Bento