Sofro, luz dos meus olhos, quando dizes Que a vida não te alenta nem conforta. Olha o exemplo das árvores felizes Dentro da solidão da noite morta. Que lhes importa a dor, que lhes importa O drama que há no fundo das raízes? Não sentem quando o vento os ramos corta E as folhas leva em várias diretrizes? Que lhes importa a maldição do outono E os dedos envolventes da garoa, Se dão sombra às taperas no abandono?!... Levanta os braços para o firmamento E canta a vida porque a vida é boa Mesmo esmagada pelo sofrimento. Olegário Mariano