(gentileza de Amélia Pais) Os amorosos calam. O amor é o silêncio mais fino, o mais trémulo, o mais insuportável. Os amorosos buscam, Os amorosos são os que abandonam, são os que mudam, os que esquecem. O coração lhes diz que nunca hão-de encontrar, nunca encontram, procuram. Os amorosos andam como loucos porque estão sós, sós, sós, entregando-se, dando-se a cada instante, chorando porque não salvam o amor. Preocupa-os o amor. Os amorosos vivem dia a dia, não podem fazer mais, não sabem. Sempre a ir-se, sempre, para algum lado. Esperam, não esperam nada, mas esperam. Sabem que nunca hão-de encontrar. O amor é a prorrogação perpétua, sempre o passo seguinte, mais um, mais um. Os amorosos são os insaciáveis, Os que sempre – que bom!- hão-de estar sós. (...) Jaime Sabines