winter-solstice-5-2003-l.jpg Sem palavras novas, com frio em desrazão, o horizonte feito exclamação deitada a perder de vista. A contemplação das ondas rebentando vazias de sentido, sem (perder) o medo de perder o pé. Cada inverno é sempre mais longo do que o anterior. Deve ser a isto que chamam envelhecer. Sem saber porquê e esperando aprender como. Sem mestre, como tudo o que é imenso e irreversível; solitário, como a vida que se dá no único momento pleno concedido neste mundo, e a morte que se recebe, inesperada e a contragosto ou tomada como uma ansiada libertação para o nada infinito que a todos dissolve. O inverno. O mar. Ainda.