Nesta noite sem medida eu todo banhado em sombras fugi de casa, fugi para o branco desta praia, como se a aurora que busco neste rio se afogou. Preciso acordar o rio que está cansado de viagens para ver se me alivio da morte que trago em mim com falas de cobras-grandes e de mortos pescadores que fazem parte do rio e estão assim como estou. No céu repleto de nuvens há nuvens cheias de chuva: por que não chove? Quisera molhar-me dentro da noite, tremer de fome e de frio por remissão de meus males deixar meu corpo vazio guardando o castelo inútil e partir buscando a aurora para que venha depressa banhar as águas do rio e minha face marcada dos ventos com que lutei. Alcides Werk