(gentileza de Amélia Pais) Um jarro de vinho entre as flores, bebo sozinho, sem amigos. Levanto o copo e convido o luar, com a minha sombra somos três. Ah, mas a lua não sabe beber, a sombra só sabe acompanhar meu corpo. O luar por amigo, a sombra por escrava, vamos todos fruir a Primavera, festejar. Eu canto e passeiam no ar os raios de luar. Eu danço e volteia no espaço a sombra de mim. Lúcidos, nós três desfrutámos prazeres suaves, bêbados, cada um segue seu caminho. Que possamos repetir muitas vezes nosso singular festim e nos encontremos, por fim, na Via Láctea. Li Bai, tradução António Graça de Abreu