Tudo teu é de ferro: bolsa, armário e escova de dente. Teu vestido de betume brilha um céu de gesso e espessura. Os sapatos caminham léguas de carmim. As lixas de unha limam a aspereza dos amores fugidios, estes amores de lama e rosa, que enferrujam na lixa do tempo. Os carretéis de linha não bordam a vida, é de náilon tua costura do medo. E, por fim, teus perfumes amargam a beleza fescenina de nunca atingir o clímax ou preferir a rigidez do aroma. Ronaldo Costa Fernandes