Promessas
A manhã
em verdes ventos de palmas
balança.
Devagar
meu olhar se molha
de morna cobiça.
Mergulhas.
Vasculhas as águas
impresumível.
Corcoveias sibilina e fugaz,
o quadril opalino
brilha num vôo trêmulo
e submerge.
De longe
te como, Castanha,
te mastigo:
minha casa de palha está em chamas.
O dragão tatuado não sabe
de sua missão
nem o azul da piscina
conhece matizes.
O azul e o dragão são adereços
cada qual com seu preço e tarefa.
Bebo.
O limo do desdém não me governa:
estou construindo promessas.
Juarez Leitão
Publicado em 9 de Março de 2007