À beira do cais deserto, o barco ancorado sonha com procelas, e eu, que cheguei há pouco, vindo de dentro de um sonho impossível, que sonho eu? Dize-me, barco, o teu segredo parado nesta ponta de espera, nesta beira de cais! É sempre a mesma a distância que vai da praia à linha do horizonte? ... e eu, que venho de ruas estreitas, sempre me perco. Vagos murmúrios marinhos me acompanham barcos invisíveis vêm à tona cheios de peixes voadores... Mauro Mendes