(gentileza de Amélia Pais) Os cantos dos homens são mais belos que os homens, mais densos de esperança, mais tristes, com uma vida mais longa. Mais do que os homens eu amei os seus cantos. Consegui viver sem os homens nunca sem os cantos; aconteceu-me ser fiel à minha bem amada mas nunca ao canto que para ela cantei: nunca também os cantos me enganaram. Qualquer que fosse a sua língua sempre compreendi os cantos. Neste mundo, de tudo o que pude beber e comer de todos os países por onde andei, de tudo o que pude ver e ouvir, de tudo o que pude tocar e compreender nada, nada conseguiu fazer-me tão feliz como os cantos... Nâzim Hikmet, tradução de Rui Caeiro