Por toda a parte o rio solta serpente a rojar-se na paisagem da planície cobra domada à força por barrancas e algemas de pontes ou cativo fragmento no pote na palma côncava do púcaro no copo translúcido e mínimo leite a pojar o seio das cuias. Em águas batismais comungo e mergulho o arcaico corpo de remotíssimo passado anfíbio nós todos tão sáurios tão irmãos de peixes e quelônios e espelho o rosto em fuga por águas igualmente fugitivas e comigo vai o rio rente rindo roendo ruindo riando submim num subsolo de sonhos. Astrid Cabral