Roupa (excerto)
Aquela saia roda
como o topo do moinho de pás,
o que em mim confirma agora
que o vento me reveste.
*
O tépido calor cobre-me
por fora de tules em flor.
As folhas do loureiro ridentes
assemelham-se ao meu vestido
de verde cassa. Agradeço, pois, às bocas
de parentes os nomes ditos.
*
Todas as roupas usadas
próprias do Verão são aquele
vestido único, porque me haviam dito
que ao entrar pelos olhos
ele me cobria de fulgor.
Fiama Hasse Pais Brandão
Publicado em 15 de Abril de 2007