Uma cidade amadurece nas vertentes do crepúsculo Há um íman que nos atrai para o interior da montanha. Os navios deslizam nos estuários do vento. Alguma coisa ascende de uma região negra. Alguém escreve sobre os espelhos da sombra. A passageira da noite vacila como um ser silencioso. O último pássaro calou-se.As estrelas acenderam-se. As ondas adormeceram com as cores e as imagens. As portas subterrâneas têm perfumes silvestres. Que sedosa e fluida é a água desta noite! Dir-se-ia que as pedras entendem os meus passos. Alguém me habita como uma árvore ou um planeta. Estou perto e estou longe no coração do mundo. António Ramos Rosa