Palavras, só palavras, nada mais que a vã matéria, o seu sentido eco de muitos ecos, repetido reflexo de poderes tão irreais como essas emoções graças às quais terei de vez em quando pretendido dizer um só segredo a um só ouvido ciente de que nunca são iguais os segredos e ouvidos que procuro às cegas neste mar sempre obscuro onde a voz desagua como um rio sem nascente nem foz - apenas uma incerta confidencia que se esfuma e só foi minha enquanto me fugiu. Fernando Pinto do Amaral