O tempo escoa infinito entre dedos pálidos sem ódio e impotentes ao frio que faz lá fora... Um sonho em minha lembrança acaricia os minutos, afasta o perto, traz secretamente o longe, promove a dúvida e deixa o incerto como única resposta. Mágoa de quem tem as mãos atadas, braços que envolveriam o mundo excluindo o perdido passado que rola escadas, atravessa desfiladeiros e mergulha no fundo. Buscas trilhas enquanto flutuo pelos ares. Agarras formas enquanto encontro significado. Caminhas sobre as ondas enquanto sou tragada pelos mares... Enxergo sem ver teu passo solitário. Te adivinho e, assim, sonhas o meu sonho do futuro irrealizado, arbitrário. Adrianne Fontoura